Nesta semana a OSESP apresentará, sob a regência de Pablo González, o Primeiro Concerto para Piano de Liszt. O solista será o pianista chinês Chun Wang, vencedor do I Concurso Villa-Lobos de Piano, no ano passado.
O húngaro Franz Liszt (1811-1886) foi um notável pianista e compositor de seu tempo, quando ficou conhecido por seus famosos e badalados recitais, onde, para deleite da platéia, exibia toda o seu virtuosismo. Como compositor, Liszt inovou a técnica pianística, explorando o piano de forma bastante vigorosa, e criou peças de difícil execução. Liszt exerceu marcante influência sobre compositores como Wagner, de modo que muitas obras de Liszt podem ser encontrados temas bastantes semelhantes aos usados por Wagner em suas óperas.
Com cerca de apenas 20 minutos, o concerto é conciso, porém completo. Possui quatro movimentos, tocados sem intervalo entre eles: Allegro maestoso, Quasi adagio, Allegretto vivace - Allegro animato e Allegro marziale animato.
O primeiro tema, um motivo que retorna durante todo o concerto, funcionando como elemento de coesão, é apresentado logo no início, pela orquestra, sendo repetido, depois, pelo piano.
Neste concerto, momentos de vigor são intercalados com momentos de grande lirismo -- como, por exemplo, no início do segundo movimento. No primeiro movimento, é de se notar o belo diálogo entre o piano e instrumentos solistas da orquestra: primeiro o clarinete, depois o violino, repetindo o mesmo tema. Ainda sobre o primeiro movimento, uma interessante observação é a forma como termina: com uma escala cromática que deixa a música 'no ar', sem um ponto final. O segundo movimento começa sereno, com cellos e baixos introduzindo um tema que é, em seguida, repetido pelo restante da seção de cordas e retomado pelo piano num longo solo. Um momento de profunda beleza. Em seguida, piano e cordas dialogam. Após mais solo de piano, ele toca ornamentos agudos durante solos das madeiras. O terceiro movimento começa com o triângulo acompanhado por um quarteto de cordas. O uso do triângulo, algo bastante ousado para a época, é empregado até o final da obra. No final são retomados todos os temas apresentados durante o concerto e o tema do segundo movimento volta como uma marcha. Termina de modo vigoroso, com piano e orquestra tocando o último acorde.
Composto pelo virtuose do piano do século XIX e para ser por ele mesmo tocado, o concerto possui passagens de difícil execução, com saltos em que o pianista corre grande risco de incorrer em 'esbarradas' acidentais.
O concerto estreou em Weimar, em 1855, sob a regência de Hector Berlioz e com o próprio Liszt solando.
quinta-feira, 29 de maio de 2008
Liszt: Concerto para Piano n 1 (OSESP, 29 a 31 de maio)
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