Oh, pequena rosa vermelha!
Os homens sofrem grandes necessidades!
Os homens sofrem com grande pena!
Tenho estado longe do Céu.
Vinha por um largo caminho,
Quando um anjinho quis me fazer retroceder.
Oh, não! Deixe-me regressar!
Provenho de Deus e regressarei a Deus!
O Deus misericordioso me dará uma luz,
Para iluminar meu caminho rumo à Glória Eterna!
(4º Movimento, Luz Primordial - Gustav Mahler)
Ressuscitar, sim tu o farás!
Após breve descanso, do pó ressuscitarás!
Vida imortal a ti trará
Aquele que te chamar.
Para reflorescer, serás semeado!
O senhor da colheita caminha
E a nós, agora mortos,
Aos feixes nos recolhe!
Acredite, meu coração, acredite:
Nada perderás!
A ti pertence o que desejas!
É teu, tudo que amas,
Tudo que conquistas!
Acredite,
Não nascestes em vão!
Tampouco em vão a vida e a dor vivestes.
Morre o que nasce!
E Renasce o que morre.
Cesse o tremor!
Prepara-te para a vida!
Oh dor, que a tudo penetra!
De ti consegui escapar!
Oh morte, que a tudo domina!
Agora tu estás subjugada!
Com as asas que conquistei,
No esforço febril de amar,
Desaparecerei na luz,
Jamais vista por algum olhar!
Com as asas que conquistei,
Desaparecerei.
Morrer para viver!
Ressuscitar, sim! Meu coração,
Em um instante ressuscitarás!
O que na luta superas
a Deus conduzirá.
(5º Movimento. Gottlieb Klopstock)
Após uma reforma que traz novidades à Sala São Paulo, a OSESP abre o ano de 2008 com a obra que inaugurou a Sala há 9 anos: a Segunda Sinfonia de Mahler (Ressurreição). A regência fica com o regente titular, John Neschling. As solistas serão a soprano americana Heidi Grant Murphy e a contralto francesa Nathalie Stutzmann.
A Ressurreição é a única sinfonia numerada de Gustav Mahler (1860-1911) que recebeu um título. Sua duração é de aproximadamente 80 minutos e foi concluída, em 1894, como a maior sinfonia da história. Faz uso de grande orquestra, inclusive de músicos nos bastidores, fora do palco.
Chama a atenção, na sinfonia, a escrita contrapontística de Mahler. Muitas vezes, o compositor pensa de forma polifônica e é possível seguir a linha de cada conjunto de instrumentos: cada linha é independente, tem um sentido e é indispensável para o conjunto.
É interessante notar o uso da harpa. As intervenções da harpa são sempre significativas e o uso da região grave do instrumento traz um efeito bastante interessante.
É impossível não associar esta sinfonia, que é a primeira de Mahler a usar o canto de coro e solistas com a Nona Sinfonia de Beethoven.
Faz-se presente a influência não só de Beethoven, mas também de Wagner e Bruckner.
O tema 'Ressurreição' surgiu após Mahler ter ouvido um hino da autoria de Gottlieb Klopstock.
Movimentos
Primeiro: Allegro Maestroso, segundo Mahler “com expressão profundamente séria e solene”. Sobre a morte, começa com uma marcha fúnebre mas há momentos de grande lirismo;
Segundo: Andante Moderato "sem correr". Pode-se dar especial destaque à melodia tocada pelos cellos quando o tema principal é exposto pela segunda vez. É a lembrança da vida; Terceiro: "Com um movimento flutuante", pediu Mahler. Com tom pessimista, é a dúvida;
Quarto: “Luz Primordial, bastante solene, mas simples”. Com texto de Mahler (já exposto acima), é a reconquista da esperança;
Quinto: Se inicia com um grito de desespero, que dá lugar a um canto de júbilo. Com texto de Gottlieb Klopstock (ver texto acima), é a ressurreição.
Referências:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Sinfonia_No._2_(Mahler)
http://opensadorselvagem.org/blog/pqpbach/gustav-mahler-1860-1911-sinfonia-n%c2%ba-2-ressurreicao/
http://www.geocities.com/Vienna/Choir/7652/mahler/2sinfo.htm
http://www.estado.com.br/editorias/2008/03/06/cad-1.93.2.20080306.54.1.xml
David Hurwitz. The Mahler Symphonies: An Owner's Manual. Amadeus Press.
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