quinta-feira, 3 de abril de 2008

Sir Peter Maxwell Davies: maestro e compositor (OSESP, 03 a 05 de abril)


O maestro e compositor inglês Peter Maxwell Davies é o convidado da OSESP para reger suas próprias obras, além de duas sinfonias que diz serem suas favoritas: a 38 de Mozart ("Praga") e a 22 de Haydn ("O Filósofo", que tem esse nome devido ao diálogo entre o corne inglês e a orquestra). Este concerto segue uma tradição da OSESP: receber um compositor atual a cada temporada.

Peter Maxwell Davies nasceu em 1934 em Salford, na Inglaterra. Estudou música em Manchester, onde foi um dos fundadores de um grupo de música contemporânea.
Nos anos 70, mudou-se, juntamente com seu partner, para as Ilhas Orkney, vivendo em contato com a natureza, que passou a exercer influência sobre seu trabalho.
Ele foi um dos primeiros compositores a ter um site, na internet, com o download de suas composições: MaxOpus, aparentemente desativado.
"Händel de nosso tempo" segundo definição do maestro John Neschling, Maxwell Davies é atualmente o Master of the Queen's Music (Mestre de Música da Rainha da Inglaterra) -- cargo para o qual foi nomeado em 2004 e que deverá exercer até 2014. É ele, portanto, o encarregado de compor as músicas para as festividades reais.
Duas obras de Maxwell Davies estão no programa da OSESP dessa semana: "Concerto Strathclyde nº 10" e "Mavis em Las Vegas". A primeira obra é a conclusão (ou a "celebração", como diz o compositor), de uma série de concertos que fez, nos anos 90, quando era compositor residente da Orquestra de Câmara Escocesa. Cada um desses concertos apresentava um instrumento da orquestra como solista (assim, temos concerto para Oboé, Violoncelo, Trompa e Trompete, Clarinete, Violino e Viola, Flauta, Contrabaixo, Fagote e um grupo de 6 madeiras). Já o Concerto Strathclyde, o último da série, é "um concerto para orquestra, bastante virtuoso, do qual todos os músicos participam ativamente" -- segundo afirmou o compositor em entrevista concedida a João Luiz Sampaio e publicada em "O Estado de São Paulo" de 03 de abril de 2008. Disse, ainda: "A inspiração vem das paisagens, do mar, do ambiente das ilhas Orkney", fato pelo qual se comparou ao nosso Villa-Lobos.
Sobre "Mavis em Las Vegas", Davies contou, na mesma entrevista, que se reporta à turnê que fez com a Filarmônica da BBC pelos Estados Unidos e a um fato ocorrido em Las Vegas, onde ficou hospedado no hotel Flamingo -- todo rosa, "brega", segundo descreveu o compositor -- e teve seu nome registrado, por engano, como "Mavis". Quando um repórter foi procurá-lo para uma entrevista, disseram não haver nenhum Maxwell Davies. O repórter insistiu, dizendo tratar-se de um grande compositor inglês, a que o recepcionista do hotel respondeu: "Se fosse um grande compositor não estaria no hotel Flamingo!". Disse Davies: "achei curioso e fiz uma peça em homenagem aos músicos, recriando suas sensações sobre nossa viagem a Vegas. Os críticos detestaram, mas o público adorou. Um deles me disse que era a música mais brega que já tinha ouvido. Pensando no tema da peça, recebi o comentário como um elogio!" A peça recria, com bom humor e ironia, sons urbanos e a música americana. Logo no início, cita, nitidamente, Um Americano em Paris, de Gershwin. Certamente o inglês nos Estados Unidos entendeu perfeitamente o que o colega americano sentiu ao visitar Paris. A música segue com temas de jazz, órgão de igreja, temas mais líricos, o lado colorido e também o "brega" da cultura americana.
Segundo prometeu o compositor, "Vai ser divertido".

Referências:
Wikipedia: Peter Maxwell Davies;
Entrevista concedida a João Luiz Sampaio (O Estado de São Paulo, 03 de abril de 2008).

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